sábado, 24 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL!

ARTE-COLAGEM DA ARTISTA DIVINOPOLITANA MARLI RODRIGUES
O PAI
Enviou seu único Filho para ser libertador de todos os homens, sem distinções. BRANCOS serão BRANCOS, NEGROS serão NEGROS. Igualmente capazes dignos, filhos do mesmo PAI. "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de Boa Vontade!"
Poema de Marli Rodrigues
Artista e Poetiza Divinopolitana 

Desejo a todos os leitores do Blog, um FELIZ e SANTO NATAL!
Que 2012 sejamos mais humanos do que fomos em 2011 e que sendo assim, possamos humanizar mais e mais pessoas. Que as luzes do DEUS criador ilumine a todos na CONSTRUÇÃO de um MUNDO MELHOR e sem DISCRIMINAÇÕES!

ALISSON FERREIRA

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Brasil – África: a inquietude de um tema

Já escrevi vários artigos sobre a questão negra no Brasil e de forma insistente dissertei sobre o complexo e resistente mundo ideológico afro-brasileiro. Porém, por mais que eu escreva sobre esta temática, não aquietarei a memória vibrante que, teimosa, povoa as mentalidades e amedronta as permanências históricas.

A relação Brasil-África é placentária. Somos herdeiros de uma nefasta herança chamada escravidão e unidos por três séculos de um processo histórico que, em seus fluxos e refluxos, deixaram marcas indeléveis nas duas culturas.

A temática africana e sua relação com o Brasil é ainda tratada com ressalvas, quer seja devido a imobilidades políticas, ou derivadas de uma profunda vontade de esquecer o que jamais deveria ter sido lembrado. Para alguns setores da sociedade, os debates que incluem na pauta do dia as raízes africanas do Brasil, constrangem, rebaixam e inviabilizam o ideal de nação e a entrada do país no mundo euro-estadunidense.

Os números negativos da população afro-brasileira abonam tais ressalvas. Porém, eles explicitam o que em séculos a elite agrária do Brasil promoveu. É dela a marca desumana na história de nossa nação. Eis porque nunca me furtarei em manifestar minha inquietude diante deste debate histórico, nem tampouco falsear o que não se permite omitir.

Calar diante das “linhas do tempo”, ou mesmo das “circularidades” da história tradicional é inconcebível. Tal história mascarou, deixou latentes as contribuições negras dentro da sociedade brasileira e ensinou, por longo tempo, toda a nação o não reconhecimento do processo civilizatório que o continente africano exportou para o Brasil. Daí a mística placentária, da qual o historiador Alberto da Costa e Silva expressas da seguinte forma - “A África está no Brasil e o Brasil se prolonga na África”.

Como brasileiro, tenho o direito sagrado e patriótico de saber que o meu país deve muito ao povo africano. Vale lembrar que nenhum africano veio para o Brasil porque quis; que a presença deles em nosso território é o fruto amargo da política mercantilista do capitalismo europeu que aqui os colocou, forçosamente, para garantir a força de trabalho nas lavouras e minas.

O pecado histórico da não aceitação da contribuição dos africanos na formação da sociedade brasileira vem sendo corrigido. Hoje, o Brasil possui uma população de maioria afro-descendente e grande é o número de pessoas que também se inquietam e buscam conhecer os valores culturais que estão em nossas raízes africanas.

sábado, 19 de novembro de 2011

ZUMBI: "GUERREIRO DA NAÇÃO"

Day JWT Image created from a stock
20 DE NOVEMBRO DE 2011
Comemorar o dia da Consciência Negra é colocar-se pronto a assumir, todos os dias, a missão iniciada por Zumbi dos Palmares. É levantar a bandeira dos desprezados, dos discriminados, dos não inclusos sob as asas da lei e algo sobre os quais a história oficial fez questão de ignorar. É construir espaços democráticos, abrir caminhos para a participação popular, soltar o grito de “basta” e continuar firme na caminhada.
Somos a certeza de que quando um povo sonha...nada consegue parar a vontade da transformação....





VIVA ZUMBI DOS PALMARES!
VIVA O POVO BRASILEIRO!
Alisson Ferreira

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Professor Alisson Ferreira recebeu a Comenda Consciência Negra 2011

Na noite do último dia dezeseis, no Plenário da Câmara Municipal de Divinópolis-MG, o professor Alisson Ferreira recebeu a Comenda Consciência Negra 2011. Esta comenda é ortogada a cidadãos e cidadãs que contribuem para edificação da comunidade afrobrasileira e pela humanização das relações sociais.
Alisson Ferreira desenvolve um importante trabalho de formação e informação dentro das comunidades periféricas de Divinópolis. Dedica-se a fiscalização e implementação de Políticas Públicas para a Igualdade Racial.

"Recebo com muita alegria esse reconhecimento. Ele só me inquieta mais ainda. Sou um apaixonado pelas causas sociais e estarei sempre me dedicando para que os "esquecidos" (os negros e negras deste país) sejam lembrados não convenientemente, mas sim, pelos merecimentos de sua história. O dia da Consciência Negra nos leva a refletir sobre a realidade do negro em todas as esferas da sociedade, mostra-nos que os mesmos ainda estão subjugados aos piores postos de trabalho, aos menores índices de desenvolvimento educacional, aos menores salários e à marginalidade. A imagem de Zumbi dos Palmares não só representa a resistência negra, mas contribui, também, para que negros e brancos se compreendam, se aceitem e convivam reconhecendo suas diversidades sócio-culturais."
Alisson Ferreira

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O ISLAMISMO E A VIRGEM MARIA

O Alcorão possui toda uma Surata sobre a Virgem Maria exaltando sua figura como mãe do Profeta Jesus. Diz o Anjo Gabriel à Maria: “Sou mensageiro do Teu Senhor. E Teu Senhor disse que te dar um filho sem relacionar-te com homem é facílimo para Ele (DEUS), que diz: - Faremos dele (do menino) um Sinal e Uma Graça Divina”.
Assim encerrou-se o diálogo entre o “Espírito Santo” e a Virgem Maria. "Os anjos disseram: Ó Maria, Deus elegeu-te e purificou-te e elevou-te sobre as mulheres do mundo. Ó Maria consagra-te a Teu Senhor, inclina-te e prostra-te com os orantes." Alcorão 3:42,43 23.
“Maria concebeu Jesus com sopro Divino. Assim o diz o Sagrado Alcorão: Maria era pura (casta), Nós (Deus) sopramos nela de Nosso Espírito”. Alcorão 66: 12 32. Então Deus infundiu em Maria um alento de Seu Espírito.
Os mulçumanos prestam uma grande devoção à Virgem Maria, inclusive chamando-a de “Imaculada”. O Anjo Gabriel, mensageiro de Allah, pela voz do Profeta Maomé (Muhammad), reveste a Imaculada Mãe de Jesus com as peculiaridades de santidade. Aliás, foi Ela a única mulher, nomeada no Alcorão, trinta e quatro vezes. A Virgem Maria é considerada a mulher mais perfeita, o exemplo perfeito do papel de mulher. O Islamismo aceita que engravidou virgem e que Jesus foi concebido por intercessão divina.
Islamismo e Cristianismo estão ligados pela grande devoção à Virgem Maria, expresso no próprio Alcorão (Máriam-19ª Surata). O Jesus Corânico é Seyydna Isa Ibn Máriam, que quer dizer, Jesus, filho de Maria. Os anjos disseram: - “ó Maria! Deus te anunciou um Verbo, emanado d’Ele, cujo nome é o Messias, Jesus, filho de Maria; será ilustre nesta vida e na outra, e contará entre os diletos de Deus. Ele falará aos homens no berço, assim como, na maturidade, e estará entre os virtuosos”. (AAL’IMRAN – 3ª Surata- 45, 46).
A Virgem Maria é considerada, por alguns sufis (mulçumanos que mantém comunhão perfeita com Allah), a Mãe-Sabedoria, a mãe da Profecia e de todos os Profetas; por isso o Islã a chama de siddigah (a sincera), identificando-a com a Sabedoria, com a Santidade, com a Sinceridade e com a total concordância à Verdade.
Máriam é a pureza inviolável e fecundação divina; abundância de graças, e personifica de maneira irrefutável a feminilidade, a pureza, a beleza e a misericórdia celestiais, Ela é mencionada na Sura dos profetas (ALAN-BIYÁ- 21ª Surata, aya 91), junto com outros Mensageiros-Sayyaidatã Maryam sua dignidade profética.
O Islamismo associa intrinsecamente Jesus à Virgem Maria e torna-se Jesus à Virgem Maria e torna-se clara essa associação pela maneira que o Alcorão a apresenta, dizendo que Jesus foi a Mensagem da Virgem Abençoada. No Corão, Jesus é citado vinte e cinco vezes, seja como filho de Maria, ou o Messias Jesus, filho de Maria. Mas, o Messias filho de Maria, é apenas um Profeta (Corão 5,75), entre os demais, é um enviado de Deus (3,49), é um servo de Deus. Maria, mãe de Jesus, é a única mulher que o Corão chama pelo nome. Nenhuma mulher, entre todas, é citada pelo nome, no Livro Sagrado dos muçulmanos, exceto Maria, mãe de Jesus! Nem a mãe de Maomé, nem a esposa ou as filhas dele, são nominadas no Alcorão, e, entretanto, a mãe de Jesus Cristo é citada mais de trinta (30) vezes!
Entre os preceitos do Islã, que os mulçumanos ainda observam fervorosamente até os dias atuais, é o tratamento atencioso para com as mães. A honra que as mães mulçumanas recebem de seus filhos e filhas é exemplar. As relações afetuosas entre as mães mulçumanas e seus filhos, e o profundo respeito com que os homens se aproximam de suas mães, é algo admirável e sagrado. 

Fonte: Brasil Escola

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Presidenta Dilma Roussef inscreveu os heróis da Conjuração Baiana no Livro dos Heróis Nacionais

A partir do dia 12 desse mês comemora-se a Revolta dos Búzios, também chamada de Revolta dos Alfaiates ou Conjuração Baiana, que aconteceu em 1798 e foi até novembro de 1799.
No calendário gregoriano há muitos dias e meses representativos para a história do Estado da Bahia e agosto é um deles. A partir do dia 12 desse mês comemora-se o acontecimento histórico denominado A Revolta dos Búzios, também chamada de Revolta dos Alfaiates ou Conjuração Baiana, que aconteceu em 1798 e foi até novembro de 1799.
Com o objetivo de notabilizar as datas do ano que tem alguma importância histórica na identidade do povo negro, a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) pôs em prática o projeto: “Sepromi comemora datas Afro-brasileiras” e o fato histórico aqui referido, A Revolta dos Búzios, será tema de mais uma edição do cartão comemorativo. 
Em 04 de março de 2011, a presidenta Dilma Roussef reconheceu a importância desses heróis negros para o Brasil, por meio da lei federal nº.12.391, proposta pelo deputado federal do PT baiano, Luiz Alberto, que inclui o nome dos quatro líderes da Revolta (Lucas Dantas, Manoel Faustino, Luís Gonzaga e João de Deus) no Livro dos Heróis Nacionais.
“Nós precisamos celebrar esse movimento com altivez e queremos que agora o resto do Brasil comemore essa epopéia dos afro-brasileiros da Bahia, pois eles deram suas vidas pela liberdade e isso está documentado em nosso Arquivo Público”, falou João Jorge, o presidente do Olodum, referindo-se aos quatro mártires da Revolta.
O cineasta Antônio Olavo, que pesquisa o acontecimento há cinco anos e fará um filme sobre o tema, destaca: “Meu objetivo é valorizar a linguagem visual na perspectiva de resgate da memória negra e popular, pois se trata de um acontecimento significativo para Bahia e para o Brasil”.
Para o secretário de promoção da igualdade racial, Elias de Oliveira Sampaio, a historicidade da Revolta dos Búzios precisa ser evidenciada, pois é algo que está em nosso cotidiano: “Precisamos conhecer e lembrar de um fato “inequívoco” em nossa história, pois os episódios aconteceram onde nós vivemos e passamos diariamente, no Centro Histórico, Dique do Tororó e Praça da Piedade. Então, mobilizar a sociedade civil em prol deste acontecimento, significa valorizar a nossa identidade enquanto negros, baianos e brasileiros, principalmente no ano internacional dos afrodescendentes”.
 

Fonte: Assessoria de Comunicação da Sepromi

segunda-feira, 25 de julho de 2011

EDUCAÇÃO, POLÍTICA E RACISMO

Divulgação
Questões relacionadas à discriminação racial e educação, no âmbito escolar, tem sido objeto de um número crescente de estudos e trabalhos acadêmicos, favorecendo assim, a abertura de espaços para discussões e busca de alterna-tivas para minimizar a discriminação racial e o preconceito em nossas escolas.

Estes estudos têm contribuído bastante para desvelar o mito da “democracia racial” que há várias décadas cobre com uma cortina de fumaça nosso dia-a-dia e mascara o preconceito existente em nossas relações sociais. Esta ideia de harmonia racial levou a um engessamento convencional das políticas públicas de educação. Por vários anos o racismo ficou evidenciado nestas políticas no que diz respeito a ausência consistente de conteúdos que abordassem ou mesmo remetessem à história e a contribuição dos afro-brasileiros na construção do Brasil.

A ausência de políticas educacionais que realmente abrissem os olhos da po-pulação brasileira para a presença dos negros dentro da história da nação, associada ao sempre presente mito da “democracia racial”, penalizou os mes-mos, excluí-os do sistema formal de ensino assim como de outros setores da sociedade.

Então, a mentirosa e demagógica “democracia racial brasileira” é um recurso que muitos ainda continuam usando para negar a existência do racismo entre nós. Essas pessoas, mesmo reconhecendo a baixa condição social e econômica dos afro-brasileiros, alegam que ela não se deve ao racismo, mas sim a fatores econômicos.

Se analisarmos a realidade da população negra em outros países, e tomando por base as relações sociais dos Estados Unidos, país que foi movimentado socialmente pela causa negra, desde os anos 60, e que teve o intuito de propi-ciar oportunidades iguais de educação, integração e justiça social a todos os membros da sociedade civil, vemos que no Brasil, a luta pela melhoria nas condições de ensino, assim como em outras esferas sociais se equivalem. Esta constatação não despreza as muitas peculiaridades existentes que diferenciam as duas realidades de luta, mas aponta um mesmo ideal de busca pela implementação de políticas públicas que intensifiquem e promovam iguais oportunidades de educação, mudanças dos conteúdos curriculares, elaboração do livro didático e outros materiais, além da formação de pro-fessores competentemente formados para respeitar a diversidade cultural em todos os âmbitos.

A aspiração de ser reconhecido como ser humano corresponde ao valor que chamamos de auto-estima. Ela leva os negros a desejarem libertar-se do estado de inferioridade a que foram relegados e desembaraçar-se das imagens depreciativas de si mesmos. Particularmente, leva-os a lutar contra o racismo que representa, acima de tudo, uma nega-ção de identidade configurada pela negação radical do valor das heranças histórica e cultural de onde advêm a discriminação e a segregação.

A luta do Movimento Negro iniciada na década de 70 consegue no início dos anos 90 importantes ganhos no que diz respeito a aparatos jurídicos-normativos. A comunidade negra organizada conseguiu através da argumentação de que, a diversidade é uma “variante nuclear” propor uma nova face aos currículos escolares. Esta proposta é apontada como inovadora e é baseada em preceitos de igualdade contidos na Constituição Federal além de constituir uma das matérias-primas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Não é pretensão alguma afirmar que, da ação conjunta do texto constitucional e do contexto da LDB nasce uma luz para as políticas e os planejamentos educacionais no que diz respeito a questão negra no Brasil.

Mais recentemente esse arcabouço jurídico-normativo foi acrescido da Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que alterou a LDB para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura afro-brasileira e africana. No intuito de viabilizar a implementação da lei, é elaborada as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o ensino de História e cultura afro-brasileira e africana, aprovada pelo Conselho Nacional de educação, em 10 de março de 2004. Nos seus apontamentos as diretrizes determinam que as condições materiais das escolas e a formação de professores são indispensáveis para uma educação de qualidade, para todos, assim como o é o reconhecimento e valorização da história, cultura e identidade dos descendentes de africanos.

Em fim, os avanços conseguidos em anos de luta dos Movimentos negros que resultaram em sinais visíveis de um amadurecimento jurídico da causa negra devem ser celebrados e acrescidos de mais e mais lutas para que os ganhos atuais não fiquem nas frias letras do texto legislativo, mas venham realmente para agregar às instituições de ensino, as associações de bairros, as ongs, igrejas e principalmente à consciência das pessoas fatores de inserção social e de edificação da pessoa humana.

Texto: Alisson Ferreira

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Embaixador de Moçambique, Murade Murargy visitou a sede do MUNDI

 
O embaixador Murade Murargy e o prefeito
municipal Vladimir Azevedo em entrevista ao
programa "BRASIL RAÇA MUNDI"

O embaixador da República de Moçambique, Murade Murargy, visitou a sede do Movimento Unificado Negro de Divinópolis, na noite de 14/07 e concedeu uma entrevista ao programa "Brasil Raça Mundi".

Murade falou que há boas perspectivas de acordos comerciais envolvendo
empresários 
divinopolitanos e o Governo de Moçambique.

O embaixador ficou encantado com a recepção dos divinopolitanos à sua comitiva e transmitiu à diretoria do MUNDI uma mensagem de incentivo e encorajamento do antigo Ministro da Igualdade Racial, Elói Araújo.

O presidente do Movimento Unificado Negro de Divinópolis, Sr. Geraldo Cubu, falou ao diplomata da importância de sua presença em terras mineiras "para Divinópolis esta sendo muito importante sua visita. O senhor não fará apenas acordos comerciais aqui, mais que isso, pintará em cada um de nós a viva imagem dos povos africanos na construção da sociedade brasileira."  

Para Alisson Ferreira, vice presidente do MUNDI, Divinópolis só tem a ganhar investindo na África "nossos empresários só têm a ganhar com investimentos em países africanos. Moçambique por exemplo, tem tido uma taxa de crescimento considerável quanto à sua economia e se é de confiança que o mercado vive, o governo moçambicano tem oferecido grandes incentivos para a atividade comercial no país e o PIB de 2011 deve chegar a 7,2. Só a VALE emprega mais de sete mil funcionários moçambicanos e extrangeiros; árabes estão investindo seus petrodolares no promissor e atraente setor de turismo moçambicano. Será um grande negócio para Divinópolis qualquer acordo fechado com o governo e os empresários de Moçambique."

O embaixador visitou áreas comerciais de Divinópolis e se reuniu com empresários divinopolitanos e da região.  

O vice-presidente do Movimento Unificado Negro de Divinópolis,
Alisson Ferreira e o embaixador da República de Moçambique,
 Murade Murargy, na sede do MUNDI
 
Matéria: Blog Cidadania e Participação

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes 2011

Um ano dedicado aos afrodescendentes

“Este Ano Internacional oferece uma oportunidade única para redobrar nossos esforços na luta contra o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e outras formas de intolerância que afetam as pessoas de ascendência africana em toda parte.”
(Navi Pillay, Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos)

Estima-se que 150 milhões de pessoas que se identificam como sendo de ascendência africana vivem na América Latina e no Caribe. Muitos outros milhões vivem em outras partes do mundo, fora do continente africano. Ao proclamar o Ano Internacional, a comunidade internacional está reconhecendo que as pessoas de ascendência africana representam um setor específico da sociedade, cujos direitos humanos devem ser promovidos e protegidos.
As pessoas de ascendência africana são reconhecidas na Declaração e no Programa de Ação de Durban1 como um grupo de vítimas específicas que continuam sofrendo discriminação, como legado histórico do comércio transatlântico de escravos. Mesmo afrodescendentes que não são descendentes diretos dos escravos enfrentam o racismo e a discriminação que ainda hoje persistem, gerações depois do comércio de escravos.

Para corrigir os erros do passado

“Este é o ano para reconhecer o papel das pessoas de ascendência africana no desenvolvimento global e para discutir a justiça para atos discriminatórios correntes e passados que levaram à situação de hoje”
(Mirjana Najcevska, Presidente do Grupo de Trabalho das Nações Unidas de Peritos sobre Pessoas de Ascendência Africana)

O racismo obsceno que foi a base do comércio de escravos e da colonização ainda ressoa hoje. Ele se manifesta de diversas maneiras, às vezes sutilmente, às vezes inconscientemente, como preconceito contra as pessoas com pele mais escura.
Para encontrar formas de combater o racismo, a ex-Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos criou o Grupo de Trabalho de Peritos sobre Pessoas de Ascendência Africana, encarregado de recomendar medidas para promover a igualdade de direitos e oportunidades. Foi criado em 2001 para analisar a situação e as condições de africanos e pessoas de ascendência africana, a fim de enfrentar a discriminação que elas sofrem.
O Grupo de Trabalho concluiu que alguns dos mais importantes desafios que enfrentam as pessoas de ascendência africana dizem respeito à administração da justiça e seu acesso à educação, emprego, saúde e habitação.
Em alguns países, embora possam ser uma minoria, as pessoas de ascendência africana constituem uma parte da população carcerária desproporcionalmente alta percentagem e recebem sentenças mais duras do que os da etnia predominante. O enquadramento racial2 – que resulta na sistemática segmentação de pessoas de ascendência africana por policiais – criou e perpetuou grave estigmatização e estereótipos dos afrodescendentes como dotados de uma propensão à criminalidade.
Em muitos países com grande população de afrodescendentes, este setor da sociedade tem menos acesso e níveis mais baixos de educação. As evidências mostram que, quando as pessoas de ascendência africana têm maior acesso à educação, participam de forma mais igualitária em todos os aspectos políticos, econômicos e culturais da sociedade, bem como no avanço e no desenvolvimento econômico de seus países. Da mesma forma, elas encontram-se em melhores condições para defender seus próprios interesses.
O Grupo de Trabalho também constatou que os afrodescendentes sofrem de desemprego em um nível mais elevado do que outros setores das sociedades em que vivem e de acesso restrito à saúde e à habitação, muitas vezes devido à discriminação estrutural que está incorporada dentro de suas sociedades.
O Grupo de Trabalho salienta que a coleta de dados desagregados sobre a base da etnia é um aspecto importante de abordagem dos direitos humanos de afrodescendentes. As políticas de governo para combater o racismo e a discriminação não podem ser corretamente formuladas, muito menos aplicadas, se essa informação não estiver disponível.

 A Campanha Global
“O Ano Internacional deve se tornar um marco na campanha em curso para promover os direitos das pessoas de ascendência africana. Merece ser acompanhada de atividades que estimulem a imaginação, aprimorem nossa compreensão da situação das pessoas de ascendência africana e seja um catalisador para uma mudança real e positiva na vida diária de milhões de pessoas ao redor do mundo.”
(Navi Pillay, Alta Comissária da
ONU para os Direitos Humanos)

A Assembleia Geral da ONU proclamou 2011 como o Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes3, citando a necessidade de fortalecer as ações nacionais e a cooperação internacional e regional para assegurar que as pessoas de ascendência africana gozem plenamente de direitos econômicos, culturais, sociais, civis e políticos. O Ano visa ainda promover a integração de pessoas de ascendência africana em todos os aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais da sociedade, e promover maior conhecimento e respeito pela sua herança e cultura diversificadas. O Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes foi lançado no Dia dos Direitos Humanos, 10 de dezembro de 2010, pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon.
O principal objetivo do Ano é aumentar a consciência dos desafios que as pessoas de ascendência africana enfrentam. Espera-se que o Ano promova discussões com vários parceiros, e que estes proponham soluções para a questão.
Durante 2011, diversos eventos internacionais serão realizados. Em 2 de março, em Genebra (Suíça), um painel de discussão com a participação dos Estados-Membros e da sociedade civil abordará as questões de direitos humanos das pessoas de ascendência africana durante a Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Nesta mesma semana, em 7 de março, uma rodada de discussões será realizada pelo Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial, também em Genebra. Essas discussões servirão para aumentar a conscientização sobre as causas e consequências da discriminação contra as pessoas de ascendência africana e promover a visibilidade de seus diversificados patrimônio e cultura.
Também em março, o Grupo de Peritos sobre Pessoas de Ascendência Africana vai discutir formas de contextualizar o Ano Internacional, ilustrando o porquê de sua necessidade. Esta reunião será realizada em Genebra de 28 de março a 1º de abril. O Ano Internacional será encerrado com a convocação de um debate de alto nível sobre as conquistas das metas e dos objetivos do Ano, realizado em Nova York em setembro, durante a sessão ordinária da Assembleia Geral da ONU.
Uma coalizão de organizações da sociedade civil criada para promover o Ano realizará memoriais, seminários, eventos culturais e outras atividades ao redor do mundo para sensibilizar a opinião pública sobre a contribuição dos descendentes de africanos ao patrimônio mundial, identificando os obstáculos que ainda precisam ser superados. Todos, e em particular as próprias pessoas de ascendência africana, são encorajados a realizar atividades para contribuir para o sucesso do Ano.


Fonte: UNIC - Rio de Janeiro

CCIABM realiza visitas a Divinópolis, cidade promissora de investimento em Moçambique

Embaixador de Moçambique no Brasil,
Exmo. Sr. Murade Isaac Murargy
A Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil Moçambique – CCIABM realizou, no dia 24 de junho, uma visita a cidade de Divinópolis/MG. O objetivo principal da visita da Diretoria da CCIABM, representada pelos Srs. Rodrigo Oliveira e Paulo Henrique Rage, foi viabilizar e fomentar a formação de laços econômicos e negociais entre empresários de Divinópolis e cidades vizinhas com Moçambique.
O subsecretário de Fomento Econômico da Prefeitura, Sr. José Elísio Batista, coordenou a visita e adiantou que a proposta do projeto será apresentada aos empresários da cidade durante Seminário titulado, “Oportunidade de Negócios em Moçambique”, o qual contará com a presença do Embaixador de Moçambique no Brasil, Exmo. Sr. Murade Isaac Murargy, na primeira quinzena de julho na sede da AMVI (Associação dos Municípios da região do Vale do Itapecerica – AMVI). Ainda de acordo com José Elísio, o Seminário é um marco na programação do Centenário da cidade e incluirá a proposta do Prefeito Sr. Vladimir Azevedo ao Embaixador de oportunizar os negócios com o país.
Dentro dessa política de intercâmbio de negócios, o Diretor Executivo Rodrigo Oliveira ressalta o fato de Brasil e Moçambique falarem a mesma língua, o que possibilita uma facilidade e competitividade de negócios para as empresas brasileiras ao entrarem no mercado moçambicano. “Os moçambicanos se espelham nos brasileiros quando enxergam o futuro”, destacou.
Ainda de acordo com o Diretor existe atualmente uma forte relação comercial entre os dois países, sendo que o Brasil atua mais como um país exportador e Moçambique como comprador de tecnologia, serviços e mercadorias brasileiras. Destaca também que Moçambique oferece a empresários estrangeiros, por meio do “Centro Promoção de Investimentos – CPI”, órgão moçambicano, a possibilidade de concessões, isenções fiscais e aduaneiras até mesmo a doação de terrenos.
Também como outra característica promissora de investimento em Moçambique, Rodrigo Oliveira afirma que de acordo com estudo da revista “The Economist” lançado em janeiro desse ano, Moçambique, na primeira década de 2000, teve a oitava taxa de crescimento econômico no mundo e a perspectiva para os próximos cinco anos é que tenha a quarta maior. “Moçambique está vivendo um boom econômico e grandes empresas brasileiras estão presentes como: Camargo Corrêa, Odebrecht, Andrade Gutierrez e outras. Também vale lembrar que o maior investimento da Vale fora do Brasil é em Moçambique onde ela conta sete mil funcionários”, declarou.
De acordo com o subsecretário da Prefeitura José Elísio, o projeto irá contemplar principalmente os empresários do setor vestuário/têxtil, moveleiro, siderúrgico, metalúrgico e de avicultura. As cidades vizinhas de Nova Serrana, Cláudio, Carmo do Cajuru, Perdigão, São Gonçalo do Pará, Pitangui e Itaúna serão convocadas para integrar o projeto junto aos empresários de Divinópolis. A proposta é que após o Seminário – que será aberto ao público – uma missão de empresários seja formada para visitar Moçambique com objetivo de conhecer as oportunidades de negócio do país. “Nós faremos o Seminário e estamos começando um processo que esperamos ser definitivo. Após o Seminário, geraremos compromissos de trabalhos conjuntos e parcerias. (…) Então a previsão é que em agosto ou setembro, façamos uma missão de empresários a Moçambique para consolidação desse processo” ressaltou José Elísio.
O subsecretário da Prefeitura, José Elísio, ressalta que o Seminário é um marco dentro da programação do Centenário e, além de oportunidade de negócios, o encontro está marcado pelo aspecto cultural. “O Prefeito pretende desenvolver com o Embaixador uma programação institucional e cultural nesse grande evento. Para a cidade é importante já que temos uma grande influência da cultura negra, inclusive com o Movimento Negro, que é o Mundi. E o prefeito Vladimir tem a proposta – que o Diretor Rodrigo levará para o Embaixador – que é estabelecer um vínculo de cidade irmã de Divinópolis em Moçambique”, destacou.

Fonte: CCIABM - Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique

terça-feira, 7 de junho de 2011

Aceitação. Um tesouro a ser descoberto em nossos dias

Divulgação
Eleger um tema e dele retirar todos os seus sulcos é um trabalho árduo e minucioso. Muitas vezes pelo amor, pela antipatia, na defesa de ideologias, ou mesmo pela vontade quase perene da desconstrução do mesmo, os historiadores se posicionam e revelam a sua sempre negada parcialidade. Para Lucien Febvre[1], o historiador deve procurar ser imparcial, mesmo que isto lhe pareça impossível.
A história da África até o século XIX foi escrita por historiadores ligados à historiografia européia, ou seja, uma historiografia de “vencedores”, de imperialistas. A colonização foi o primeiro modelo histórico a ajudar a inserir na mentalidade ocidental, o conceito de “incapacidade histórica da África”. Esta incapacidade estava no fato de que, para os europeus, a inexistência de uma estrutura europeizada de governo legou ao continente africano a falta de história. No mundo europeu, consumido pelo cientificismo e pelo racionalismo, somente as ações governamentais pautadas dentro de padrões jurídicos e filosóficos podiam legitimar a história. Estas construções historiográficas ajudaram no total desconhecimento do tecido social africano assim como de suas riquíssimas culturas e tradições.
Dentro desta visão de uma “África sem história” nasceram inúmeras justificativas para séculos de exploração e extermínio humano-cultural. Este discurso eliminou a possibilidade de existir qualquer espécie de tentativa de igualdade entre “dominado” e “dominador”. Foi através da destruição da subjetividade e da humanidade do “outro” que se alicerçou o edifício neo-colonizador.
A anulação do africano enquanto sujeito social distanciou as gerações atuais de seu passado histórico. Quando os europeus começaram a “descolonizar” o continente africano deixaram-no à própria sorte, desconfigurando-o territorialmente, aniquilando-o culturalmente e deixando-o extremamente dependente da estrutura e da logística européia. O termo “descolonizar”, muito utilizado pelos historiadores da historiografia tradicional, só fez construir uma caricatura de África incapaz, impotente, desprovida de qualquer referencial de luta e resistência; construiu uma imagem continental mística e nada politizada, impossibilitando o discurso de independência de suas nações. É o colonizador que dá a emancipação nacional e não os africanos. 
A saída dos europeus do continente africano ainda gerou uma grave mutilação nas raízes históricas do povo africano: o esvaziamento da memória. A nova geração de africanos cresceu e ainda cresce sem conseguir chamar para si o passado de resistência de suas nações. A modernidade impede os mesmos de terem um contato substancial com seu passado histórico, com a memória de seus ancestrais. No conceito de “modernidade líquida” [2] se afrouxaram todos os laços que os prendiam à sua ancestralidade.
Querer aprofundar-se nos estudos e nas problemáticas africanas é ter um contato intenso com as construções historiográficas pautadas na anulação do sujeito africano enquanto fazedor de história. Lucien Febvre disse em uma de suas obras, que “compreender é complicar, é enriquecermo-nos em profundidade”. Hoje, mais que em outras épocas, somos convidados a mergulhar em estudos que procurem enriquecer as análises desta temática; somos instigados a contemplar a África entendendo que o legado de sua cultura é a própria memória de seus ancestrais.
Alberto da Costa e Silva, diplomata e historiador brasileiro, que trabalhou como embaixador nas repúblicas africanas da Nigéria e do Benim por muitos anos, em seu livro, “A enxada e a lança”, resume em uma só frase o que a desastrosa presença européia causou ao continente africano: “sem seus filhos o continente está nu”. Que nossos olhares sobre a África considerem a existência de seus povos, de suas histórias, de suas imemoriais tradições e principalmente, que vivamos o que diz o sábio provérbio nigeriano do povo Kanuri: “não há amor quando não se aceita os outros”.

Texto: Alisson Ferreira


[1] Historiador francês
[2] Conceito criado pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A realidade agrária no Brasil é ainda lastimável

É muito questionado o direito da propriedade privada da terra como direito sagrado. É sagrado só o direito à vida! As grandes propriedades privadas e capitalistas, os latifúndios, geram a fome e a miséria das populações, pelo seu modo de usar, explorar e produzir. Hoje, no Brasil, aproximadamente 1,6% dos proprietários controlam mais de 46% das terras agricultáveis.
A estrutura agrária do país está alicerçada no modelo da grande propriedade; a concentração da terra nos latifúndios deixa inúmeras comunidades e famílias sem espaço. E os latifúndios, que hoje são chamados de produtivos nas mãos das grandes empresas, invadem as áreas das comunidades tradicionais e muitas vezes as reservas ambientais e indígenas.
A cultura patrimonialista e privatizante enraizada na sociedade e no coração de muitos políticos, juízes e empresários, impede qualquer reestruturação fundiária e uma justa distribuição das terras; torna-se sempre mais urgente a desconcentração da terra com uma política de Reforma Agrária que viabilize a implantação de um novo modelo de produção agrícola e a recomposição dos territórios.
Temos disposições legais que põem algumas restrições à propriedade privada da terra, como aquela que está sancionada na Constituição Federal de 1988, art. 186, quanto à função social da propriedade da terra.
Ainda mais, “urge reconhecer que certos bens essenciais à vida digna de todo o povo não podem ser objeto de ilimitada apropriação privada. É exatamente o caso das terras agricultáveis”. (Fábio Konder Comparato). Portanto não existe, legalmente, o absolutismo da propriedade privada e não existe propriedade sem critérios de uso e sem condicionamentos quanto ao seu tamanho.
A Teologia Cristã e a Doutrina social da Igreja Católica são formuladas a partir da exigência evangélica da partilha dos bens da vida e a partir do pensamento dos Padres e Doutores da Igreja; estes destacam como projeto divino a destinação universal dos bens econômicos e culturais necessários à vida e condenam a usurpação egoísta de poucos deixando a maioria sem nada. Neste sentido, a todos está garantido o direito à propriedade dos meios necessários à vida, entre os quais, a terra.
Na Bíblia, os Profetas condenam aqueles que, por ganância, concentram os bens da vida: “Ai daqueles que juntam casa a casa e emendam campo a campo, até que não sobre mais espaço e sejam os únicos a habitarem no meio do país”. (Isaías 5,8).
É destacada uma afirmação do ensinamento do Magistério da Igreja, recentemente: “O latifúndio é intrinsecamente ilegítimo” (n. 32) e “pesa sobre a propriedade particular uma hipoteca social” (n. 30); é o documento do “Pontifício Conselho Justiça e Paz- Para uma melhor distribuição da terra”, de 1998.

FONTE: CPT

sábado, 23 de abril de 2011

Pai Nosso dos Mártires



O DEUS LIBERTADOR ABENÇOE TODOS OS MÁRTIRES QUE EM SUAS COMUNIDADES TÊM TENTADO FAZER O REINO ACONTECER.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Homenagem a Moçambique

(...)

É o tempo da solidão entre as gentes
e de solitário sentir a multidão na savana.
É o tempo de não ter fé e crer ainda
na dádiva total por um beijo de amor
e pela sinceridade dum aperto de mão.
É também o tempo de receber-transmitir
uma secreta raiva chamada esperança.

(...)

Orlando Mendes



E Nelson Mandela disse: ....

"Nosso medo mais profundo não é o de sermos inadequados.
Nosso medo mais profundo é o de sermos poderosos além da medida.
É nossa luz, não nossa escuridão, que mais assusta.
Nós nos perguntamos: quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso, fabuloso?
Na verdade, quem é você para não ser?
Você é uma criança do Espírito!
Você, pretendendo ser pequeno, não serve ao mundo.
Não tem nada de iluminado no ato de se encolher, pois os outros se sentirão inseguros ao seu redor.
Nascemos para manifestar essa luz que está dentro de nós.
E à medida que deixamos nossa luz brilhar, damos permissão para os outros fazerem o mesmo. À medida que libertamos nosso medo, nossa presença libera outros".


Quanto à sua luta...

"Considero isso como um dever que tinha, não apenas com meu povo, mas também com minha profissão, praticar a lei e a justiça para toda a humanidade, gritar contra esta discriminação que é essencialmente injusto e oposto a toda a base de aititude através da justiça que integra a tradição do treinamento legal neste país. Eu acreditei que ao me opor contra esta injustiça eu deteria a dignidade do que seria uma profissão honrada".

terça-feira, 12 de abril de 2011

Mulheres são detidas em manifestação pelo uso do véu islâmico

 
Kenza Drider, uma das líderes do movimento em favor
do uso do niqab, é presa durante protesto, em Paris.
Foto: Divulgação


FRANÇA: UMA AFRONTA A LIBERDADE RELIGIOSA

Duas mulheres que usavam o véu islâmico integral (niqab), proibido a partir da segunda-feira (11/04) , e simpatizantes da causa foram detidos durante uma mani-festação que não havia sido comunicada à polícia diante da catedral de Notre Dame em Paris.

Pelo menos duas mulheres que vestiam o niqab, uma mulher que vestia um véu que não escondia o rosto e um dos líderes da manifestação foram detidos, informou o delegado Alexis Marsan.

"Não foram detidas por usar o véu islâmico integral, e sim porque não informaram o protesto", declarou o policial.

Na França, os organizadores de uma manifestação devem solicitar uma autorização à polícia. O organizador do protesto, Rachid Nekkaz, da associação "Não toque em minha Constituição", afirmou à AFP que foi detido com uma amiga que usava o niqab diante do Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa, antes da manifestação em Notre Dame.

Segunda-feira (11/04) entrou em vigor na França uma lei que proíbe o uso do véu islâmico integral - burca ou niqab, que cobrem da cabeça aos pés com uma abertura na altura dos olhos - em todos os espaços públicos, desde prédios estatais, hospitais, agências de correios até transportes públicos e lojas.

O uso pode ser punido com uma multa de 150 euros (US$ 216) ou um curso de instrução cívica. De acordo com dados oficiais, 2 mil mulheres muçulmanas usam o véu islâmico integral na França.

A França é o primeiro país europeu a adotar uma lei que proíbe o véu integral, mas outros Estados analisam medidas similares.

Fonte: Terra Notícias

terça-feira, 8 de março de 2011

CIDADANIA E EDUCAÇÃO. UM TEMA E UMA MISSÃO


"A democracia surgiu quando, devido ao fato de que todos são iguais em certo sentido, acreditou-se que todos fossem absolutamente iguais entre si."Aristóteles

A educação para a cidadania pretende fazer de cada pessoa um agente de transformação. Isso exige uma reflexão que possibilite compreender as raízes históricas da situação de miséria e exclusão em que vive boa parte da população. A formação política, que tem no universo escolar um espaço privilegiado, deve propor caminhos para mudar as situações de opressão.

Muito embora outros segmentos participem dessa formação, como a família ou os meios de comunicação, não haverá democracia substancial se inexistir essa responsabilidade propiciada, sobretudo, pelo ambiente escolar. A idéia de educação deve estar intimamente ligada às de liberdade, democracia e cidadania. A educação não pode preparar nada para a democracia a não ser que também seja democrática.

"A democracia não se refere só à ordem do poder público do Estado, mas devem existir em todas as relações sociais, econômicas, políticas e culturais. Começa na relação interindividual, passa pela família, a escola e culmina no Estado. Uma sociedade democrática é aquela que vai conseguindo democratizar todas as suas instituições e práticas". Bóbbio (2002)

A adesão aos valores democráticos liberdade, pluralismo, resolução pacífica dos conflitos, eleições etc., e a participação política estão diretamente relacionados ao nível de escolaridade. O que afasta a maioria dos indivíduos da participação política são os valores neoliberais.

Nesta reinante concepção econômica e social o indivíduo tem valor de acordo com a sua capacidade de consumo. Somos tratados como consumidores e não como cidadãos. Ser cidadão significa lutar por seus direitos em todos os espaços. Assumir o valor da cidadania significa reafirmar o valor da solidariedade contra o individualismo, da cooperação contra o valor da competição.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, os PCNS, outra maneira de se trabalhar com os alunos os seus direitos de cidadão é utilizando a cultura. Através disto, os alunos podem descobrir dentro dos esportes, música, teatro, leituras, pesquisa, das brincadeiras e dos jogos, conhecimentos necessários para que se possa fazer uma crítica dos valores sociais, que nos dias de hoje, estão cada vez mais voltados para os interesses de pessoas que possuem mais poder dentro da sociedade. Na tentativa de propor uma educação comprometida com a cidadania, elegeram, com base em textos constitucionais, princípios pelos quais pode ser orientada a educação escolar, e que estão descritos no PCN-Temas Transversais / Ética a seguir:

*Dignidade da pessoa humana, que implica no respeito aos direitos humanos, repúdio à discriminação de qualquer tipo, acesso a condições de uma vida digna, respeito mútuo nas relações interpessoais, públicas e privadas.

* Igualdade de direitos que refere-se à necessidade de garantir que todos tenham a mesma dignidade e possibilidade de exercício da cidadania. Para tanto há que se considerar o princípio da eqüidade, isto é, que existam diferenças (éticas, culturais, regionais, de gênero, etárias, religiosas, etc.) e desigualdades (socioeconômicas) que necessitam ser levadas em conta para que a igualdade seja efetivamente alcançada.

* Participação, que como princípio democrático, traz a noção de cidadania ativa, isto é, da complementaridade entre a representação política tradicional e a participação popular no espaço público, compreendendo que não se trata de uma sociedade homogênea e sim marcada por diferenças de classe, étnicas, religiosas, etc.

* Co-responsabilidade pela vida social, que implica em partilhar com os poderes públicos e diferentes grupos sociais, organizados ou não, a responsabilidade pelos destinos da vida coletiva.

São estes pontos que o professor necessita para trabalhar o conceito de igualdade e democracia dentro do âmbito escolar. A educação escolar resulta ser um instrumento básico para o exercício da cidadania. Ela, entretanto, não constitui a cidadania, mas sim uma condição indispensável para que a cidadania se constitua. O exercício da cidadania nos mais diferente organismo sindicatos, partidos, etc. não se dão de modo cabal sem o preenchimento do requisito de acesso à cultura letrada e domínio do saber sistematizado que constituem a razão de ser da escola.
 
Fonte: Webartigos.com

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Ministra Maria do Rosário pede apoio do setor primário para erradicação do trabalho escravo

A ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, pediu hoje o apoio de setores ligados à produção primária para o combate ao trabalho escravo. Ela disse que a produção do setor não pode continuar sendo associada ao trabalho em condições indignas.

Maria do Rosário lembrou que, apesar de o trabalho escravo estar concentrado em algumas regiões, ele está presente em todo o País e não só no meio rural, mas em toda a cadeia produtiva. A ministra ressaltou que há casos de trabalho escravo em setores que vão desde a produção do carvão até a limpeza de linhas de transmissão.

“O Brasil tem compromisso de enfrentamento e superação do trabalho escravo e não pode aceitar qualquer esmaecimento no combate à dramática situação de quem vive escravizado”, disse a ministra, ao ressaltar que o combate ao trabalho escravo deve ser um esforço conjunto entre governo, setor produtivo e organizações não governamentais.

Votação de PEC

Durante a reunião, a ministra defendeu a votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do Trabalho Escravo (438/01) e disse que a secretaria dará o apoio necessário para que a proposta seja aprovada. Ela também elogiou a mobilização em torno do tema logo no início da legislatura.

A ministra afirmou, no entanto, que a PEC sozinha não solucionará o problema, se não for somada a ações em outras áreas, como o combate à miséria e à pobreza extrema. “Ao liberar uma família da pobreza extrema, também estamos combatendo o trabalho escravo.”

Maria do Rosário lembrou que o trabalho escravo é um ciclo que não se inicia propriamente quando o trabalhador completa 18 anos, mas que muitas vezes começa com a exploração na infância.

Para a ministra, também é fundamental a restruturação da carreira de auditores fiscais do Trabalho para fortalecer a fiscalização e o combate ao trabalho escravo.

 
Fonte: Agência Câmara