quinta-feira, 2 de maio de 2013

Câmara Municipal de Divinópolis-MG acaba com a Comenda da Consciência Negra

Divulgação
Lamentável o que aconteceu na Câmara Municipal de Divinópolis-MG

Com um discurso hipócrita e sem qualquer sensibilidade social, foi aprovado o projeto de lei que acaba com algumas honrarias destinadas aos cidadãos de nossa cidade.


Quem me conhece sabe da minha militância no MOVIMENTO NEGRO DIVINOPOLITANO e é sobre a Comenda da Consciência Negra que falarei. 
O que aconteceu nessa tarde, no legislativo municipal, só atesta a incapacidade de alguns edis de conduzirem de forma cidadã, suas ações no cargo a que foram confiados. Ao aprovarem a extinção da Comenda da Consciência Negra, eles abrem uma ferida nas relações com a comunidade afrodescendente divinopolitana. Não pela homenagem material em si, mas por colocar a Câmara na contramão dos acontecimentos histórico-sociais que veem se desenrolando em nossa nação há anos. 

Enquanto o Brasil dá saltos nas políticas públicas de respeito e valorização da Diversidade e Igualdade Racial nosso legislativo extingue uma ferramenta sensível de melhoramento das Relações Sociais. Uma homenagem não carrega em si apenas seu caráter material, mas antes, mexe com memórias, histórias pessoais e comunitárias que produzem efeitos humanizadores em todas as esferas de nossas relações. 


Ao realizarem esse ato anti-democrático, alguns de nossos edis erguem um muro que destoa dos preceitos de convivência e agridem a memória de muitos divinopolitanos negros ou não. É patética a afirmação de que tal ato reduzirá os gastos da Egrégia Casa e também é lastimável a falta de diálogo com os Movimentos e as Associações afetadas por tal medida. 


O que percebo desde a legislatura passada é que existe um ranço por parte de alguns edis, no que se refere ao processo de escolha dos homenageados. E isso se explica: 


O Movimento Unificado Negro de Divinópolis conseguiu uma vitória grandiosa nesses sete anos de entrega da Comenda. Ela era a única honraria da Câmara Municipal em que os legisladores não tinham a prerrogativa de escolher seus agraciados. Essa ação ficava a cargo do Movimento, das organizações sociais e da militância negra. 


A escolha dos homenageados era feita por parte da comunidade e isto era comemorado como uma vitória dos movimentos sociais e da sociedade divinopolitana. O poder Legislativo sempre teve a prerrogativa de escolher os agraciados em todas as suas honrarias destinadas a população, políticos e instituições, porém, ESSA O POVO ESCOLHIA


A mudança na lei e nos trâmites da Casa Legislativa, nunca desmereceu e não desmerecia a importância dos legisladores no processo de construção e edificação da comunidade e de seus membros.
 

Entregar a escolha dos homenageados à Sociedade Civil Organizada e aos Movimentos Sociais era fazer da Casa uma parceira da Participação Popular e ajudava na realização do direito emancipatório dos cidadãos e entidades a serem contempladas  A escolha partindo dos Movimentos e militantes, representava imparcialidade e merecimento. 


Lamentavelmente os divinopolitanos foram derrotados em seu direito de escolha e constrangidos em sua ação social, marco da comunhão cidadã com a "Casa do Povo".


Parabéns nobres edis!

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